A FUNÇÃO SOCIAL DO COMUNICADOR
Antes de sermos comunicadores, somos cidadãos inseridos em uma sociedade que é afligida por diversos problemas sociais. Alguns têm mais sensibilidade do que outros em relação a essas questões. O fato é que independente do caminho trilhado, ao escolhermos a profissão de jornalistas, temos um compromisso não só com a ética na profissão, como também com as responsabilidades e desafios que se apresentam cotidianamente, e não são poucos.
Muitos jovens jornalistas ou aqueles que aspiram pela profissão não tem muita noção da abrangência de uma matéria veiculada em impresso, TV, rádio, web ou mesmo na repercussão que elas podem causar. É importante ressaltar que, para que de fato se conheça uma realidade, seja interna, em redações, ou externa, em reportagens, é necessário que exista um contato com essas realidades.
Lidar com os problemas dos outros e mostrá-los de forma coerente é representar, ser o canal entre estes indivíduos perante a sociedade e o poder público. Portanto, apesar do modus operandi do ofício jornalístico, que envolve critérios de noticiabilidade, deadline, conhecimento de diversos assuntos com propriedade para falar sobre eles, o trabalho do jornalista é público e para o público.
É comum a profissão de jornalista ser cercada por estereótipos, como o fato do jornalista ser “fantoche” de determinada organização. É claro que existem pressões e constrangimentos no processo de produção da notícia, no entanto, é possível desenvolver um trabalho sério, comprometido e engajado, com liberdade para denunciar ou defender uma causa legitimamente social, sempre devidamente embasada.
O espaço de visibilidade criado pelos meios de comunicação, embora marcado por profundas assimetrias na estruturação da comunicação dos atores sociais, contribui para a promoção de um diálogo público generalizado e para a criação de uma base reflexiva para a deliberação pública nas sociedades complexas. (MAIA, 2008, p.167)
Sendo assim, a função do jornalista na sociedade é utilizar-se das ferramentas disponíveis para a execução de seu trabalho de maneira a não somente transmitir informações e idéias na busca de auxiliar o leitor/espectador na compreensão de determinadas realidades e acontecimentos, como também é ter a capacidade de ser colaborador na construção de uma visibilidade responsável e positiva acerca de temas que se enfeixam em teias complexas e que podem ser trabalhados de forma a garantir direitos e ganhos a diversas causas, desempenhando assim o papel de mediadores sociais.
[...] o jornalismo influência na construção de prioridades sociais, abrindo um canal de comunicação que a esfera pública pode utilizar para evidenciar e cobrar certas questões que ainda precisam de muitos esforços para que sejam solucionadas, já que além dos entraves estruturais e institucionais, a imagem que o Estado representa, em muitos casos, é a de que somente através dos impulsos das forças sociais organizadas será possível alcançar algum interesse coletivo. (GUERREIRO, 2009, p.11)
Nenhum comentário:
Postar um comentário